Prisão de Lula pode sair a qualquer
momento, informação vaza e agita jornalistas de todo Brasil e o mundo,
instituto Lula nega, mas movimentações de jornalistas em frente a sede
do partido em São Paulo chama atenção, informações ainda não
confirmadas.
E mais:
Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva desabou. Não seria a primeira recaída desde o
início das investigações do Petrolão, responsáveis por tisnar sua imagem
de homem probo semeada desde os tempos do sindicalismo no ABC Paulista.
Mas ao contrário dos outros momentos de fragilidade, Lula desta vez
expôs um sentimento insólito a companheiros de longa data: o de culpa.
Pela primeira vez, pôs em xeque o próprio faro político – considerado
indefectível no seio do petismo. Em uma longa conversa, em Brasília, com
um amigo, o ex-presidente lamentou em tom de desabafo, depois de fazer
uma breve retrospectiva de sua vida pública: “Não me perdôo por ter
feito a escolha errada”. O petista se referia ao fato de ter apostado
todas suas fichas e ter feito de Dilma Rousseff sua sucessora. O
arrependimento, porém, tem pouco a ver com o desastre político-econômico
provocado pela gestão da pupila. Lula é um pote até aqui de mágoas
porque, em sua avaliação, ela nada fez para blindá-lo e o seu partido
das garras afiadas da Lava Jato. Para Lula, Dilma queria entrar para a
história como a presidente do combate à corrupção – mesmo que, para
isso, tivesse de sacrificar o próprio criador. Não logrou êxito, e é
isso que emputece Lula. Hoje, ambos rumam para um abraço de afogados.
Dilma está à beira de deixar o comando do País, alvo de um processo de
impeachment, e na iminência de ser investigada pelo crime de obstrução
de justiça – a solicitação, feita pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, na semana passada, depende apenas do aval do STF. Ele,
Lula, enfrenta o mais tenebroso inverno de sua trajetória pública.
Atingido em cheio pela Lava Jato, o ex-presidente nunca esteve tão
próximo de voltar à cadeia. Em 1980, o então líder sindical foi detido
em sua residência pelo DOPS, a polícia política do regime militar.
Permaneceu preso por 31 dias, chegando a dividir cela com 18 pessoas.
Agora, o risco de outra prisão – desta vez em tempos democráticos e por
um temporada provavelmente mais longa – é iminente.
Pedidos de inquéritos contra Lula e Dilma tiveram como base delação de Delcídio, antecipada por ISTOÉ
São pelo menos
sete frentes de investigação contra Lula, na primeira instância e na
Suprema Corte. Lula é acusado de liderar o comando da quadrilha, que
desviou milhões da Petrobrás, participar da tentativa de
comprar
o silêncio do delator Nestor Cerveró, ex-diretor da estatal, obstruir a
Justiça ao ser nomeado na Casa Civil para ganhar foro privilegiado,
receber favores de empreiteiras ligadas ao Petrolão em reforma de um
sítio em Atibaia, frequentado pela família; ocultar patrimônio e lavar
dinheiro
por meio de um apartamento tríplex no Guarujá, – que Lula jura não ser
dele – , e de receber dinheiro de propina, por meio de empreiteiras, por
palestras realizadas no Brasil e no exterior.
Além disso, ele ainda pode
ser encrencado na Operação Zelotes, que apura suspeita de venda de
medidas provisórias com suposto beneficiamento de seu filho Luís Cláudio
Lula da Silva. No pedido para incluir Lula no chamado inquérito-mãe da
Lava Jato, Janot foi contundente ao dizer que o petista foi peça-chave
no esquema: “Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado
por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do
governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse”. O
procurador-geral da República também denunciou o ex-presidente, com base
na delação do senador Delcídio do Amaral, – revelada com exclusividade
por ISTOÉ – por participar da trama para tentar comprar o silêncio do
Néstor Cerveró, ex-diretor da Petrobras envolvido nas traficâncias da
estatal. Um total de R$ 250 mil teria sido repassado pelo filho do
pecuarista e amigo do ex-presidente, José Carlos Bumlai, Maurício
Bumlai, para o advogado de Cerveró. A procuradoria identificou, entre
outros elementos contra o petista, um e-mail que comprova um agendamento
de reunião entre Lula e Delcídio no dia 8 de maio do ano passado no
Instituto Lula, além de uma
passagem
aérea provando que ele viajou naquela data. Disse Delcídio a respeito
do encontro: “Fui chamado por Lula, em meados de maio de 2015, em São
Paulo para tratar da necessidade de se evitar que Néstor Cerveró fizesse
acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal”, disse
o parlamentar. Mas o que mais atormenta Lula é o pedido formal de
prisão preventiva, formulado pelo Ministério Público de São Paulo no
caso da compra do tríplex do Guarujá, hoje nas mãos do juiz Sérgio Moro.
Segundo apurou ISTOÉ junto a fontes da Lava Jato, Moro aguarda apenas o
afastamento de Dilma na quarta-feira 11 para se debruçar sobre o pedido
de prisão.
O juiz não queria analisar o caso antes
do encerramento do imbróglio jurídico envolvendo a nomeação de Lula no
STF. Com a saída de Dilma esta semana, o mandado de segurança em
discussão no Supremo perde objeto e o caminho para uma possível prisão
de Lula estará aberto. Caso seja novamente preso ou mesmo vire réu no
Supremo, algo inédito para uma figura política de sua estatura, os
estragos políticos serão irreparáveis. A mácula indelével abreviaria sua
carreira pública de maneira inequívoca e sepultaria eventuais chances
de retorno à Presidência em 2018. A morte política do seu maior líder
decretaria o fim do PT.
Os primeiros indícios do envolvimento do
ex-presidente Lula no Petrolão surgiram com os depoimentos do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro
Alberto Youssef. Após firmar acordo de colaboração com o Ministério
Público Federal no segundo semestre de 2014, Costa e Youssef detalharam
aos investigadores no Paraná como funcionava a quadrilha que agia na
estatal. Ambos fizeram menção a Lula, declarando acreditar que o Palácio
do Planalto, o que incluiria o ex-presidente, tinha conhecimento das
irregularidades. A dupla não dispunha de provas contra o petista, mas
forneceu informações cruciais para que a força-tarefa da Lava-Jato
avançasse sobre as empreiteiras envolvidas no escândalo. Batizada de
Juízo Final, essa fase da operação confirmou que as acusações de Costa e
Youssef procediam. Ao quebrar o sigilo da Camargo Corrêa, uma das
empreiteiras investigadas, as autoridades descobriram valores
significativos transferidos à LILS, a empresa da qual Lula é sócio e
pela qual promove suas palestras. Outras construtoras envolvidas no
Petrolão também transferiram milhões de reais ao ex-presidente, um soma
superior a R$ 10 milhões entre 2011 e 2015. Embora o ex-presidente tenha
negado irregularidades nos valores recebidos das companhias, a Polícia
Federal e o Ministério Público passaram a esquadrinhar tais repasses.
Trabalham com a tese de que os valores recebidos por Lula seja dinheiro
de corrupção. Essa apuração está em curso tanto em Brasília quanto em
Curitiba. No Paraná, os investigadores estão fazendo uma comparação
entre os valores repassados pelas empreiteiras à LILS e pedindo para que
elas apresentem documentos que comprovem a realização das tais
palestras. A Andrade Gutierrez foi a única que conseguiu provar todas.
As outras empresas não foram bem sucedidas nesse intento. Entre as
pontas soltas está uma suposta apresentação do ex-presidente na
Venezuela, ainda sem comprovação, o que complica a defesa do petista.
À medida que as investigações
avançam, o papel de Lula na organização criminosa do Petrolão fica cada
vez mais evidente para a Procuradoria-Geral da República. No mensalão, o
petista recorreu ao mantra do “eu não sabia” para se dizer alheio ao
que acontecia ao seu redor. Agora, está claro que aquele era um apêndice
do esquema de maior capilaridade, desvendado pela Lava Jato. Ao dizer
que o Petrolão não poderia ter funcionado sem a participação decisiva de
Lula, Janot uniu o petista a dezenas de deputados e senadores que
figuram na investigação conhecida como “quadrilhão”, destinada a apurar o
funcionamento da engrenagem que desviou
recursos
da Petrobras. Em seu despacho, o procurador-geral escreveu: “Embora
afastado formalmente do governo, Lula mantém o controle das decisões
mais relevantes, inclusive no que concerne às articulações espúrias para
influenciar o andamento da Lava Jato, à sua nomeação ao primeiro
escalão, à articulação do PT com o PMDB.” E continuou em outro trecho:
“Já no âmbito dos membros do PT, os novos elementos probatórios indicam
uma atuação da organização criminosa de forma verticalizada, com um
alcance bem mais amplo do que se imagina no início e com uma enorme
concentração de poder nos chefes da organização”.
O CARA Segundo Delcídio do Amaral, Lula foi o mentor da compra do silêncio de Cerveró
O CARA Segundo Delcídio do Amaral, Lula foi o mentor da compra do silêncio de Cerveró
Outra frente de problemas para o morubixaba petista é a investigação
sobre o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo. Há
fortes indícios de que as construtoras Odebrecht e OAS pagaram pela
reforma com dinheiro desviado da Petrobras, configurando, nesse caso,
crime de corrupção. O terreno está em nome de dois sócios de Fábio Luís
Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do Lula. Há uma série de
indicativos de que o verdadeiro dono seja o ex-presidente. Conforme
apurou ISTOÉ, a confirmação poderá vir da delação premiada do executivo
da Odebrecht, Alexandrino Alencar. No roteiro da delação, Alexandrino
prometeu entregar detalhes e provas que incriminariam Lula. A
expectativa é que os executivos da OAS também colaborem sobre o mesmo
tema.
Assim como o sítio de Atibaia, a
força-tarefa da Lava-Jato no Paraná analisa denúncia feita pelo
Ministério Público de São Paulo contra Lula no que concerne ao tríplex
no Guarujá. Os promotores acusam o petista de lavagem de dinheiro e
falsidade ideológica. Para a MP, a família Lula era a proprietária, de
fato, do imóvel. No papel, o apartamento pertence à empreiteira OAS,
envolvida no Petrolão. O MP desmontou os argumentos do ex-presidente de
que teria apenas uma cota de outra unidade no prédio. Entre as provas
apresentadas pelos promotores estão relatos de funcionários e
ex-moradores que confirmam que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, Lula e
um dos filhos do casal vistoriaram as reformas do imóvel. Obras que
custaram mais de R$ 700 mil. Pagas pela OAS e feitas ao gosto da família
Lula. Chamou a atenção das autoridades que uma das visitas ao
apartamento foi acompanhada pelo presidente da OAS, Leo Pinheiro. O
executivo chegou a ser preso no Petrolão e negocia acordo de delação
premiada. O caso estava sob a responsabilidade da juíza Maria Priscilla
Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, mas na semana passada, o
inquérito foi remetido ao juiz Moro, incluindo o pedido de prisão
preventiva contra Lula formulado pelo MP paulista.
Um pedido como este nas mãos do ágil
juiz Sérgio Moro era tudo o que o Dilma e Lula tentaram evitar a todo
custo. A ponto de ensejar sobre eles uma possível investigação pelo
crime de tentativa de obstrução do trabalho da Justiça. A linha de
investigação leva em consideração o ato de nomeação do ex-presidente
para a Casa Civil, iniciativa cujo único propósito foi o de livrar o
petista da competência do juiz de Curitiba. Foi um duplo tiro no pé.
Agora, além de Lula ser alvo de um pedido de investigação por tentar
atrapalhar o trabalho da Justiça, crime tipificado na Constituição no
inciso 5 do artigo 6º da Lei 1.079/1950, o destino político do
ex-presidente está definitivamente nas mãos do seu principal algoz.
Fonte: Mentes do Brasil e Liberdade de Expressão. M.B.L.E